Os 3 grandes erros do cristianismo

Há vários erros e idéias equivocadas transmitidas por vários líderes de igrejas evangélicas e ensinadas até em escolas e faculdades de Teologia no Brasil e no mundo. São três os principais ensinos distorcidos da Palavra:

1 – O Reino de Deus e a Vida eterna no céu;

2 – O arrebatamento;

3 – O dízimo.

O primeiro erro refere-se à idéia de que os salvos irão viver ou morar no céu. Não há nenhum versículo da bíblia que expresse esta idéia, mas há vários que atestam que o Reino de Deus será na terra pelo menos durante um período de 1000 anos, antes do Grande Juízo final. Isto torna-se visível no Salmo 37 que diz:

Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz”(Sl 37:11)

Porque aqueles que Deus abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por Ele amaldiçoados serão desarraigados.”(Sl 37:22)

Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre.”(Sl 37:29)

Há muitas outras passagens que ilustram a idéia de que o Reino de Deus será na terra e não no céu. No livro de Daniel capítulo 2, o sonho do rei Nabucodonosor anunciava a vinda do Reino de Deus ou O Reino dos céus representado pela pedra que rolava e, após destruir a estátua:

“... se tornou grande monte, e encheu toda a terra.(Daniel 2:35)

Jesus confirmou esta tese ao dizer:

“Bem aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(Mateus 5:5)

Se nós fôssemos morar no céu Jesus diria: “porque eles herdarão o céu” .

No livro do Apocalipse há duas passagens que também desmentem os ensinos de muitos teólogos cristãos:

“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.”(Apoc 5:5,10).

Está claro aí que o Reino de Deus será na terra, que iremos herdar a terra com todos os seus tesouros, até os “tesouros escondidos e as riquezas encobertas”(Isaías 45:3), reservadas para os filhos de Deus.

A outra passagem do livro do Apocalipse está no capítulo 20, que narra a era do Milênio, com Cristo reinando na terra com a igreja durante 1000 anos. Durante esta fase Satanás estará preso e a terra livre das suas mentiras e da sua influência maligna. Este período também é relatado por alguns dos profetas, como Isaías e Ezequiel. O paraíso tornará a estar na Terra, bem como o Trono de Deus.

Alguns trechos do capitulo 20 do Apocalipse confirmam a evidência de que o Milênio será na terra e não no céu:

E marcharam sobre a largura da terra, e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.”(Apoc 20:9).

Repare no trecho sublinhado acima. Se a cidade amada estivesse no céu, os que marcharam sobre a terra não a cercariam. Fica claro aqui que a cidade amada, a Nova Jerusalém e o acampamento dos santos está na terra, e não no céu.

Portanto, a história da humanidade será dividida em 3 períodos, após a volta de Jesus: O milênio(1000 anos) neste planeta, e não no céu; o Juízo Final, período em que todos, um por um, se apresentarão diante do Juiz, Jesus; e a eternidade no novo céu e nova Terra.

O segundo erro que é ensinado pela maioria dos cristãos é acerca do arrebatamento da igreja. Para a maioria, o arrebatamento se dará antes do advento do anticristo, antes de uma tribulação. Pior ainda, que a vinda de Jesus se dará em duas etapas: a primeira é o arrebatamento; a segunda etapa é a aparição de Cristo à vista de todos, com a igreja.

O absurdo é que as evidências bíblicas são favoráveis em relação à uma grande tribulação sobre os cristãos e a apenas uma etapa da vinda de Cristo. Vejamos:

“Ora, irmãos, com respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e à nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,”(II tess 2:1-3).

Repare no texto sublinhado acima. O termo “a nossa reunião com ele” indica claramente o momento em que os cristãos se encontrarão com o Senhor Jesus, pois a palavra “reunião” pode ser substituída por “encontro”. Em outras palavras, Paulo diz que o nosso encontro com Cristo(arrebatamento) não se dará sem que primeiro apareça o anticristo.

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar(ou “reunir” com) o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”(I tess 4:16,17).

Neste texto Paulo descreve o momento da Vinda de Cristo, quando “descerá do céu”. Dois destaques importantes aqui: a trombeta de Deus e o encontro ou a reunião dos cristãos com o Senhor Jesus. Esta referida trombeta é a mesma em outras duas passagens bíblicas:

“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.”(I Cor 15:52).

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.”(Mateus 24:30,31).

Todos estes trechos referem-se ao mesmo evento. É a mesma trombeta citada por Paulo e por Jesus. Fica evidente, portanto, que a vinda do Senhor Jesus se dará em uma etapa apenas, e que o arrebatamento será junto com o Retorno de Cristo e sua aparição no céu.

O terceiro erro é referente ao dízimo como obrigação do cristão. Antes é preciso lembrar que a bíblia é dividida em Velho e Novo Testamentos. A palavra “Testamento” significa “aliança”, “acordo”. No Velho Testamento está a antiga aliança de Deus com os homens por meio da Lei de Moisés, seus estatutos e juízos. É uma lei completa, com direitos e deveres, além das penas para as infrações cometidas pelos hebreus, hoje judeus. Os mandamentos da Lei são conhecidos até hoje. E entre eles está o dízimo.

Já o Novo Testamento foi estabelecido por Jesus. São novas regras que cumprem as anteriores. O amor é o cumprimento da lei. E, nesta nova aliança de Deus com os homens, em nenhum momento o dízimo é citado como obrigação do cristão. Nos 27 livros do Novo Testamento não há uma única citação referente ao ensino do dízimo. Há no Novo Testamento algumas citações referentes ao dízimo que fora ordenado aos antigos judeus e aos antigos patriarcas judeus, mas que foram utilizados como exemplo para outras lições importantes, como a citação de Jesus aos judeus da sua época:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”(Mateus 23:23).

Neste versículo Jesus repreende os judeus, seguidores da lei, portanto obrigados a dizimarem. Porém se esta lei tivesse sido transferida aos cristãos, caberia citações de Jesus e dos apóstolos, o que não ocorreu.

Se o dízimo fosse obrigação do cristão, porque Jesus não exigiu do jovem rico que separasse o dízimo de suas riquezas antes de dá-las aos pobres?

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.”(Mateus 19,21).

Cadê a referência ao dízimo? Jesus teria o cuidado de informá-lo de algo tão importante, para servir de exemplo a nós.

O livro dos Atos dos apóstolos descreve as ofertas que muitos irmãos traziam à igreja. E nenhuma destas ofertas fizeram referência ao dízimo. Todas eram ofertas voluntárias, trazidas de coração e com alegria. Por amor eles davam TUDO, e não 10%.

“Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. 35 E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.”(Atos 4:34,35).

“E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.”(Atos 11:29).

Após as primeiras conversões de gentios(não judeus) ao cristianismo, e depois de uma reunião entre os cristãos em Jerusalém, ficou decidido que os cristãos não judeus seguissem algumas recomendações, e entre elas não estava o dízimo:

“Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes.”(Atos 15:29).

Se o dízimo fosse obrigação do cristão, seria citado no texto acima. Aliás, se fosse obrigação do cristão, Jesus, o fundador do cristianismo, faria alguma citação a respeito, o que não aconteceu.

Paulo em algumas de suas cartas faz referências a certas ofertas que os cristãos voluntariamente cediam aos seus irmãos em Cristo. Em nenhuma delas existe o termo dízimo.

“Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.”(Rom 15:26).

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."(II Cor 9:7).

Portanto não se deve afirmar que o dízimo é uma obrigação imposta por Jesus. É um ato de fé individual e não uma regra ou mandamento, como se ensina nas igrejas. Não é errado ser dizimista, o erro está em fazer disso uma obrigação, já que Jesus não obrigou ninguém, e nem os escritores do Novo Testamento.

Comentários

  1. Muito bom, queria encontrar este post. Irmão, só uma observação: a nova Jerusalém descerá para a nova terra. A cidade que é cercada em apocalipse provavalmente é a Jerusalém terrestre.

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  2. Obrigado por seu comentário, João.
    É. Talves você tenha razão. Mas uma coisa concordamos: O Reino de Deus será neste mundo. Tudo será nosso! Por mil anos, o chamado dia do descanso, ou sábado do Senhor(porque um dia pra Deus é mil anos).

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  3. Muito bom ,muitas dúvidas foram libertas , adorei o post .

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