Dízimo ou Esmola?



        Dízimo ou esmola? O que é mais importante pra Jesus: Entregar o dízimo na igreja ou ajudar um necessitado? Qual destas agrada mais a Deus? Há ainda quem tenha dúvidas a respeito, mas Jesus e os apóstolos deixaram claro a preferência de Deus. É só fazer uma pesquisa simples: quantas vezes as palavras “dízimo” e “esmola” aparecem no Novo Testamento. A palavra esmola ganha de goleada(47 contra 7) em apenas uma pesquisa simples. Até mesmo a palavra “oferta” perde para “esmola”(47 contra 19). Vamos a alguns textos:

“Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira”.
(Lucas 3:11)

            A frase acima é de João Batista, quando questionado pela multidão que veio a ele para ser batizada. Foi a resposta a todos: pequenos, grandes, ricos, pobres, homens, mulheres, etc. Eles perguntaram o que deviam fazer para agradar a Deus e andar com Ele. Esta foi a resposta de João, aquele a quem Jesus se referiu como o maior profeta que o mundo já viu. Perceba na frase que se trata de dar a quem não tem, repartir, doar. Dar 50%, ou a metade de roupas e comida aos pobres.
         
“Vendei o que tendes, e dai esmolas”.
(Lucas 12:33)

“Dá a todo o que te pedir”. (Lucas 6:30)
 
Quem é servo de Jesus deveria obedecê-lo. Estas palavras são do Mestre; e não são um conselho, nem uma dica ou um palpite. É ordem, é mandamento. Ele não diz pra vender tudo. Com isso pode-se concluir que seja a repetição do que disse João, porque quando Jesus diz “esmola”, significa ajuda aos necessitados, aqueles que nada tem. Assim percebe-se que a esmola é obrigação do cristão por ser uma ordem de Cristo.

“Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado”.
(Lucas 19:8)

Maravilhosa declaração de Zaqueu, após a visita de Jesus em sua casa. Esta alegrou demais o coração do Mestre, que disse a seguir: ”Hoje houve salvação nesta casa”. Repare que Zaqueu decidiu obedecer àquela primeira palavra de João quando ordenou dar a metade do que tiver aos pobres. Em nenhum momento ele lembrou do dízimo, e nem Jesus o interrogou a respeito. Mas a sua decisão de dar aos pobres foi suficiente para agradar a Deus e receber Sua benção.
O apóstolo Paulo escreveu muito acerca das coletas e ofertas. O triste é ver que pastores utilizam-se destes textos para exigir do povo algo que nem Jesus nem os apóstolos exigiram. As referidas coletas e ofertas de Paulo eram ajuda aos pobres entre o povo de Deus. Isso mesmo! Aqueles textos que ouvimos nas igrejas por pastores que pedem ofertas, referem-se às ofertas aos necessitados. Observe o que fizeram os discípulos, após o anúncio do profeta Ágabo acerca da grande fome que viria sobre a região:

“E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia”.
(Atos 11:29)

“Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”. (Romanos 15:26)

Todos os textos acerca de coletas e ofertas encontrados nas cartas de Paulo referem-se a esta mesma ajuda do texto acima.

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia.” (I Coríntios 16:1)

“Ora, quanto à assistência a favor dos santos, não é necessário escrever-vos.” (II Corintios 9:1)

            Em outra carta, Paulo declara aos cristãos da Galácia que não recebeu nenhuma ordem de Pedro para exigir dos cristãos gentios o que exigiam dos judeus. Nem sacrifícios, nem dízimos, nem outro dogma judaico. Apenas uma recomendação:

“Recomendando-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer.” (Gálatas 2:10)

Leia a ordem do apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso, dando ênfase à caridade:

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”. (Efésios 4:28) 

            Há também um escrito de Tiago que dá ainda mais importância à caridade, afirmando que esta é a principal ação de alguém que se diga religioso e temente a Deus.

“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. (Tiago 1:27) 

            Na época de Tiago os órfãos e as viúvas não tinham qualquer assistência nem ajuda do Governo e famílias, sendo considerados pessoas necessitadas. Visitar significa assistir, ajudar nas suas necessidades. Este é o ato obrigatório para todo aquele que se diz filho de Deus.

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