Nossa total dependência de Deus

De acordo com as palavras de João Batista, que disse: “o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (João 3:27), é fácil compreender que o ser humano depende de Deus. Quando nascemos não trazemos nada conosco, mas enquanto crescemos Deus vai acrescentado bens, talentos, inteligência e todo e qualquer bem material e imaterial que existe, pois está escrito:

“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto...”(Tiago 1:17).

Tiago ensina que todo dom pertence a Deus. Muitos dizem que um talento ou habilidade pode ser desenvolvido. Outros acham que alguns dons vem desde o nascimento. Em ambos os casos há apenas uma fonte: Deus. É Ele quem dá habilidade, dom, capacidade, instrução, inteligência, força, riqueza, sabedoria, etc. Tudo isso vem do alto, de Deus.

Há um exemplo no Velho Testamento: na época de Moisés Deus havia ordenado a construção do Tabernáculo com seus utensílios. Mas para tal era preciso habilidade para as construções. De onde viria tal habilidade?

“e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício...e dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado...”(Êxodo 31:3,6).

Tudo que é bom vem e é de Deus. Cada gota d’água e cada grão de areia são de Deus, pois antes mesmo de nascermos, antes de haver vida, tudo era e é de Deus. É Deus “quem dá mantimento a toda a carne; porque a sua misericórdia dura para sempre.” (Sl 136:25). Os tesouros que há na terra, os metais e pedras preciosas, ar, gases, petróleo, cada folha de árvore e cada flor, até o menor animal, são propriedades de Deus e não do homem. Tudo que temos não criamos, portanto, não é nosso.

“Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam.” (Sl 24:1).

Foi isto que Jó quis dizer ao declarar: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” (Jó 1:21). Perceba que Jó não atribuiu a si mesmo as conquistas dos bens que possuía, mas declarou que tudo o que tinha “O Senhor o deu”, ou seja, havia recebido de Deus.

Paulo, assim como Jó, entendia que nada conquistamos. Por isso escreveu: “E que tens tu que não tenhas recebido?”(I Cor 4:7). Ou seja: tudo que temos não conquistamos, nem compramos, nem tampouco criamos, mas recebemos. Receber algo é o mesmo que uma doação. Deus nos dá tudo o que temos. “Porque Deus faz nascer o seu sol (o sol de Deus) sobre maus e bons e derrama suas chuvas (as chuvas também são de Deus) sobre justos e injustos.” (Mateus 5:45).

Os políticos, empresários, as pessoas bem sucedidas e influentes recebem de Deus recursos, autoridade e tudo o que têm para fazerem o bem. Foi isto que Jesus disse a Pilatos: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada” (João 19:11). Ai destes, que têm condições de fazer o bem aos outros e não o fazem, pois aquele que é o Senhor de tudo e de todos exigirá contas. Ai dos que recebem autoridade para fazer justiça, para pastorear igrejas, aconselhar, tratar dos doentes, defender a causa dos necessitados, porém não cumprem sua obrigação.

“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17).

Paulo escreveu que Deus não chamou “muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.” (I Cor 1:26-29).

E por que Deus escolheu os menos dignos e menos capazes? Para que fique evidente que é Deus quem faz todo o bem, que a glória é só de Deus e não do homem, que só Deus merece louvor, homenagem, honras, etc, porque é Ele quem faz.

“Convém que ele (Jesus) cresça e que eu (homem) diminua.”(João 3:30).

Muitas das coisas que fazemos, na verdade, é com a ajuda e o auxilio do Espírito Santo que as realizamos. Por exemplo:

“Porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós...” (Rom 8:26).

“E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.” (João 6:45).

“Ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo.” (I Cor 12:3).

“Porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5).

“Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Fil 2:13).

.“Assim, não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece” (Rm 9:16).

Portanto, devemos reconhecer a nossa miséria, a nossa insignificância, a nossa impotência e a nossa dependência total da misericórdia de Deus, e ao mesmo tempo, reconhecer o poder, a glória, a grandeza, a riqueza, a soberania de Deus. A Deus seja a Glória para sempre!

“Quem é esse Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.” (Sl 24:10).